Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, aproximadamente 2 bilhões de adultos estavam acima do peso. Segundo dados do último VIGITEL em abril de 2017, no Brasil, mais da metade dos brasileiros apresentam excesso de peso e que 19,9% das mulheres e 18,1% dos homens são obesos. Nos últimos 10 anos foi estimado um aumento na prevalência da obesidade em 60% em ambos os sexos.
Mello e colaboradores (2004) descrevem que sobrepeso e obesidade são importantes preocupações em saúde pública devido, principalmente, à sua associação com aumento de risco para hipertensão arterial sistêmica anormalidades lipídicas, diabetes mellitus e doença coronariana. O elevado peso corporal, resultado do desequilíbrio entre oferta e demanda energética, e sua determinação tem-se revelado complexo e variável, em diversos aspectos, como fatores demográficos, socioeconômicos, genéticos, psicológicos, ambientais e individuais (TERRES et al., 2006).
A obesidade é reconhecida como um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo e é também um dos fatores de risco para doenças respiratórias crônicas, cardiovasculares, câncer e inclusive o diabetes tipo 2.
O diabetes tem sido responsabilizado por contribuir, diretamente ou indiretamente, em agravos no sistema musculoesquelético, sistema digestório, na função cognitiva e na saúde mental, além de ser associado a tipos de câncer. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) a patologia está associada ao aumento de taxas de internações, aumento do uso dos sistemas de saúde e seus serviços, além do aumento de complicações ou comorbidades cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira, insuficiência renal e amputações não traumáticas de membros inferiores (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2020).
O mesentério não é mais considerado como um órgão espectador na fisiologia humana, pelo contrário, ele é ativo e extremamente importante na regulação da homeostase local e sistêmica. Devido a sua reclassificação de um anexo complexo a um órgão contínuo e simples poderá fomentar a criação de novos estudos, otimizar o conhecimento de sua funcionalidade e os efeitos que sua morfofisiologia podem gerar no cenário clínico-cirúrgico. Ou seja, maiores investigações do papel do mesentério nas doenças estimulam a descoberta de novos tratamentos (RIBEIRO et al., 2018).
Devido ao novo papel do mesentério, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) preocupados com o aumento da incidência de diabetes mellitus tipo 2, principalmente em adultos obesos, investigaram os efeitos sinérgicos do ultrassom (US) e das terapias a laser no mesentério em ratos obesos-hiperglicêmicos.
Na presente pesquisa, utilizou-se 25 ratos Wistar, machos e divididos em cinco grupos. Grupo obeso não diabético: ratos obesos sem diabetes e sem condições de tratamento; Grupo SHAM: ratos obesos-hiperglicêmicos tratados com placebo; Grupo US: ratos obesos-hiperglicêmicos tratados com US; Grupo LASER: ratos obesos-hiperglicêmicos tratados com laser e; Grupo US + LASER: ratos obesos-hiperglicêmicos tratados com US mais laser.
Um modelo animal de diabetes tipo 2 com base em uma dieta hiperlipidêmica combinada com uma dose baixa de estreptozotocina foi usado neste estudo. Foram realizadas medidas bioquímicas e de massa corporal.

De acordo com os autores, este estudo mostrou que o ultrassom e o tratamento com laser no mesentério resultaram em melhora nas medidas bioquímicas de ratos obesos-hiperglicêmicos, principalmente nos níveis de colesterol total, triglicerídeos e VLDL. Também houve redução do risco de doenças cardiovasculares evidenciadas pelo índice de Castelli nos grupos tratados comparados ao Grupo SHAM. Este estudo mostrou que o tratamento do Grupo US mais laser no mesentério resultaram em melhora nas medidas bioquímicas de ratos obesos-hiperglicêmicos, principalmente nos níveis de colesterol total, triglicerídeos e VLDL.
Pode-se concluir, com o presente estudo, que existe a correlação entre a obesidade e a diabetes mellitus tipo II, pois, à medida que o indivíduo aumenta sua massa gorda, seus níveis glicêmicos também se elevam, aumentando o risco de desenvolvimento do diabetes tipo 2. A associação do ultrassom mais laser no mesentério levou a melhoras nas condições bioquímicas, especialmente do colesterol total, níveis de VLDL e triglicérides. Sendo assim, a combinação de ultrassom mais laser surge como uma alternativa promissora na prevenção ou tratamento da obesidade e diabetes do tipo 2 e consequentemente reduzindo os fatores de riscos cardiovasculares.
Segundo a professora da UEMG, Dra. Fernanda Paolillo, a continuidade de estudos nesse campo permanece válida, a variabilidade biológica humana, outras e novas questões de agravos que provoca sobre a saúde e a necessidade de atualização em estudos epidemiológicos que a obesidade e a diabetes do tipo 2 impõe para população, sobretudo em sua relação no contexto das estatísticas de doenças, limitações funcionais e/ou óbitos, além de custos impostos por tais agravos.
A MMO atua no segmento da tecnologia e inovação em saúde há 23 anos, e apoia e incentiva a busca por novas pesquisas, pois acreditamos que se originam novos conhecimentos e ideias, que podem ser transformados em práticas inovadoras, eficazes, diferenciadas, que, por sua vez, irão dar continuidade na busca por desenvolvimento e o bem-estar para a sociedade.
As pesquisas com ultrassom e laser iniciaram-se em 2011 em parceria com a USP e a MMO. Ciência e tecnologia caminham juntas e a evolução pode ser vista no produto final que atualmente é chamado de Recupero. O Recupero é um equipamento totalmente inovador, único no mercado, onde temos a potencialização dos efeitos térmicos e mecânicos do ultrassom com os efeitos fotobiomoduladores do laser, menor tempo de tratamento, menor tempo de reabilitação e melhora na qualidade de vida dos pacientes. O diferencial do equipamento Recupero é que possui sensores de acionamento que só funcionam em contato com a pele do paciente e pode ser utilizado no tratamento de diversas patologias. Para a MMO, a principal prioridade é o bem estar de nossos clientes e pacientes e com isso faz com que os profissionais se destaquem em seus procedimentos, conquistando um diferencial em seus tratamentos com os produtos da linha MMO.
Referências Bibliográficas:
MELLO, et al. Atendimento ambulatorial individualizado versus programa de educação em grupo:qual oferece mais mudanças de hábitos alimentares e de atividade física em crianças obesas? Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. vol 80.n6.2004
RIBEIRO, C.A., SILVA, W.L., Saito, D.V., Mansano, L., SILVA, A. V., Luna, H.S. (2019). Mesentério: um novo órgão? ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7. Arch Health Invest 2018; 7 (Spec Iss 8).
TERRES, N. G. et al. Prevalência e fatores associados ao sobrepeso e à obesidade em adolescentes. Rev Saúde Pública. Vol 40. N 4. p.627-633. 2006.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Disponível em: https://profissional.diabetes.org.br/. Acesso em 13 de setembro de 2021.

IFSC/USP
Consultora em Fisioterapia na MMO