A tecnologia está diariamente presente na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, desde que acordamos até a hora de dormir, quando damos aquela última olhadinha no celular.

Além disso, carregamos nossos celulares para todos os lados e constantemente os conferimos, seja para verificar os e-mails, ver mensagens do WhatsApp, acessar as redes socais ou nos distrair com joguinhos. Quase 80% das pessoas checam os seus celulares ao acordar, e um terço dos americanos diz preferir deixar de fazer sexo a ficar sem os seus aparelhos pessoais. Admitindo ou não, nós nos viciamos. Fomos lenta e propositalmente viciados em tecnologias das mais variadas formas que hoje estão presentes em nosso cotidiano – um hábito já enraizado nas rotinas de milhões de pessoas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente no Brasil, são 116 milhões de internautas, sendo que 94,5% preferem acessar a rede pelo smartphone. O país, inclusive, é o terceiro que mais fica online. São, em média, 9h14 todos os dias.

O uso de celulares é indispensável para as atividades do dia a dia, afinal, é um caminho para aproximar as pessoas, filtrar informações e otimizar o nosso tão escasso tempo. Devido a facilidade de acesso, à medida que a tecnologia avança, o ser humano se torna cada vez mais refém e dependente dela. Além disso, também coloca sua saúde em risco por conta dos excessos. Apesar dos benefícios para a sociedade, o uso desenfreado da internet causa dependência das ferramentas tecnológicas e trazem comportamentos de saúde prejudiciais ao ser humano, tais como: ansiedade, estresse, irritabilidade, alteração do apetite, problemas auditivos, problemas de visão, problemas posturais, entre outras patologias.  Ao ignorarmos, os sinais podem desencadear uma série de patologias como exemplo, a Rizartrose.

Martou, Veltri  e Thoma (2004) descrevem a rizartrose como a afecção degenerativa mais comum e acomete a articulação trapeziometarcapiana (TMC) do polegar (COLDITZ E KOEKEBAKKER, 2010). A frouxidão ligamentar associada ao estresse mecânico e grandes cargas exercidas sobre a articulação do polegar é considerada o principal fator para predispor a doença (EGAN E BROUSSEAU, 2007).

De acordo com O’Brien e Giveans  (2013) no Brasil, a rizartrose acomete de 6 a 12% dos adultos da população, sendo a incidência maior em mulheres na pós-menopausa. As pessoas afetadas por essa patologia relatam ter episódios constantes de dor localizada na base do polegar ao movimentá-lo ou ao sustentar cargas em atividades que envolvam a preensão e manuseio de objetos.

Se antes acreditava-se que a doença era consequência natural da idade, hoje entende-se que está associada ao estilo de vida moderno. Novos estudos indicam que os hábitos atuais, a vida conectada e o uso excessivo de equipamentos eletrônicos contribuem para o surgimento da rizartrose. O manuseio de celulares, tablets e teclados, artigos que exigem a movimentação intensa dos dedos, pode ser a causa do número crescente de casos da doença.

Além da idade, com desgaste natural das articulações, o histórico familiar e a movimentação intensa do polegar no uso de celulares contribuem para manifestação precoce da doença. O uso desenfreado pode comprometer as estruturas articulares, resultando numa inflamação podendo evoluir para um quadro degenerativo.

Alguns cuidados básicos como redução do uso do celular podem evitar que o problema piore. Caso isso não seja possível, devido ao trabalho ou funções do dia-a-dia, é importante que realizar pequenas pausas por pelo menos 10 minutos após duas horas trabalhadas, aproveitando este período para alongar e mobilizar os tendões e articulações da região dos punhos e das mãos.

O tratamento inicial é feito através de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, imobilização e reabilitação. Medicamentos protetores de cartilagem também podem retardar o processo de desgaste e, consequentemente, diminuir a dor.

Em casos mais avançados, é realizada uma intervenção cirúrgica, cujo método depende da articulação envolvida e também do grau da osteoartrite.

Dentro da fisioterapia, também existem diversas técnicas que podem ser utilizadas em casos de rizartrose, como terapia a laser, exercícios e massagens fisioterapêuticas.

O equipamento Recupero é um aliado no tratamento da Rizartrose, pois temos duas tecnologias já conhecidas e muito utilizadas na fisioterapia que são o ultrassom e o laser, que aplicados simultaneamente geram os efeitos térmicos e mecânicos do ultrassom com os efeitos fotobiomoduladores do laser, resultando em alívio da dor e um menor tempo de reabilitação.

A MMO abraça o desafio de desenvolver novas tecnologias inovadoras relacionadas a doenças crônicas, visando desenvolver equipamentos que incrementam a eficácia no tratamento de diversas patologias, levando a um menor tempo de tratamento e menor tempo de reabilitação.

Referências Bibliográficas:
COLDITZ, J., KOEKEBAKKER, N. (2010). A new splint design for the thumb CMC joint. Maastricht-Airport: Nea International bv.
EGAN, M. Y., BROUSSEAU, L. (2007). Splinting for osteoarthritis of the carpometacarpal joint: a review of the evidence. The American Journal of Occupational Therapy61(1), 70-78.
MARTOU, G., VELTRI, K., THOMA, A. Surgical treatment of osteoarthritis of the car- pometacarpal joint of the thumb: a systematic review. Plast Reconstr Surg. 2004;114(2):421–32.
O’BRIEN, V. H., GIVEANS, M. R. (2013). Effects of a dynamic stability approach in conservative intervention of the carpometacarpal joint of the thumb: a retrospective study. Journal of Hand Therapy26(1), 44-52

Dra. Karen Laurenti
IFSC/USP
Consultora em Fisioterapia da MM Optics