Antes de efetuar qualquer procedimento, seja facial ou corporal, é imprescindível o uso de uma ficha de anamnese. Uma ficha de avaliação bem preenchida, com perguntas bem elaboradas e a veracidade das informações podem oferecer um tratamento seguro e o melhor resultado para os clientes. Claro que o profissional que vai analisar os dados contidos na ficha de avalição deve ter um bom conhecimento da anatomia e fisiologia da pele, assim como saber identificar as principais disfunções da pele.
Por ser um sistema sofisticado, a pele envolve processos físico-químicos bastante elaborados, principalmente quando é submetida à ação de agressores externos, seja por fatores ambientais ou procedimentos estéticos agressivos já realizados. Seu papel se estende além das propriedades de revestimento e proteção do corpo. Ela possui uma relação específica com os demais órgãos e está integrada aos sistemas de maneira que permite o equilíbrio dinâmico de todo o organismo e o equilíbrio deste com o ambiente externo. A pele e as mucosas estabelecem limite até mesmo entre o que é permitido ou não interagir com o organismo.
Além da leitura visual, foram desenvolvidos vários métodos que auxiliam os profissionais a perceber os problemas que podem desencadear as principais disfunções da pele e também a direcionar os melhores tratamentos para pele.
Então vamos entender a importância de alguns itens que deve conter na ficha de anamnese.
Características da pele:
– Biotipo: é o tipo de pele, se ela é normal, seca, mista ou lipídica. Cada biotipo possui características próprias que podem definir qual tratamento a seguir.
– Estado cutâneo: condições que se encontra a pele: desidratada, sensibilizada, oleosidade alterada, acne ativa e comedões, manchas, textura da pele (lisa ou áspera), espessura (fina ou grossa), e os óstios (abertos ou contraídos).
A definição do estado da pele, mais o biotipo cutâneo auxilia no diagnóstico e na definição dos procedimentos que deverão ser feitos para amenizar as disfunções da pele detectadas.
– Fototipo: A produção da pigmentação da pele é controlada por vários fatores, internos e externos. Alguns fototipos, principalmente os mais altos, apresentam característica de pigmentação pós inflamatória. É imprescindível que o profissional considere o fototipo na tomada de decisões quanto ao melhor procedimento a ser feito na pele, isso com certeza evita intercorrências.
– Fotoenvelhecimento – a quantificação do nível de envelhecimento, permite a padronização do tratamento mantendo uma comunicação efetiva entre os especialistas da área da estética. Essa classificação é conhecida como Glogau, desenvolvida pelo Dr. Richard Glogau.
– Manchas pigmentares – a definição do tipo de manchas, ajuda o profissional determinar o tipo de tratamento adequado de acordo com a idade e fototipo. É necessário identificar se é acromia (ausência da cor), hipocromias (diminuição da cor), hipercromias (aumento da cor), Melasma (distúrbio da pigmentação).
– Alterações vasculares – são as alterações da pele que ocorrem devido as disfunções vasculares como as equimoses, rosácea, telangiectasias, etc. Esse tipo de alteração pode levar a reações na pele devido ao uso de algum tipo de cosmético ou tecnologias que tem potencial inflamatório como por exemplo o eletrocautério ou microagulhamento.
– Lesões da pele – Dependendo do tipo de lesão, o trabalho do profissional pode ficar direcionado ao controle da lesão, ou pode ser que fique limitado devido aos possíveis efeitos colaterais. As lesões mais comuns são: dermatites, acne, pápulas, comedões, escoriações, xantelasma, etc. Dependendo do tipo de lesão é ideal que o trabalho seja feito em parceria com um dermatologista.
– Cicatriz – as cicatrizes podem ser colocadas como o resultado do reparo de tecido em processos de lesões. Existem alguns tipos de cicatrizes a serem consideradas antes de definir o tratamento como: atrófica (houve perda tecidual), hipertrófica (excesso de fibras), retrátil (repuxa, gerando contratura), hipercrômica (manchada), hipocrômica (ausência da cor).
Estas são algumas informações importantes para constar na ficha de avaliação para segurança do profissional e da cliente. Vale ressaltar que outras informações como hábitos alimentares, doenças, uso de medicamentos, hábitos de cuidados diários com a pele como uso de protetor solar e outros cosméticos, são de extrema importância para compor um bom direcionamento no tipo de tratamento a ser realizado.
As tecnologias disponíveis, como eletrocautério, laser e LEDs, vácuo ou ultrassom, são muito eficientes quando aplicadas da maneira correta e no organismo que esteja apto a reposta aos estímulos produzidos por estas tecnologias de ponta. Portanto jamais desconsidere a avaliação antecipada da pele, faça uma anamnese detalhada de seu cliente, assim com certeza fará as melhores escolhas no tratamento e obterá os melhores resultados.
Sandra Costa
Esteticista Especialista em Cosmetologia e Marketing | Consultora Técnica da MMO