Com a pandemia, a atuação dos profissionais de saúde tem ganhado papel de destaque no atual cenário mundial. Todo profissional de saúde, nesse momento, tem um papel importante. Cada um desenvolvendo a sua competência é responsável por prestar assistência ao paciente e à sociedade.
De acordo com Boissier e colaboradores (2020) o fonoaudiólogo atua no ambiente hospitalar, dentro da Unidade de Terapia Intensiva na necessidade de manejo da disfagia e redução do risco de broncoaspiração de pacientes. Pacientes com Covid-19 que evoluem para o quadro mais grave da doença apresentam necessidade de intubação orotraqueal (IOT), chegando a ficar entre 10 e 14 dias entubados, respirando por meio de ventilação mecânica.
Com a recuperação, e retirada do tubo orotraqueal (extubação), alguns pacientes podem evoluir para um distúrbio da deglutição. E é nesse momento que o fonoaudiólogo poderá atuar (fase de maior estabilidade do quadro clínico do paciente) para realizar a avaliação e intervenção fonoaudiológica (consulta, terapias diretas ou indiretas de cognição, motricidade orofacial, deglutição, respiração ou alterações na comunicação nos estágios de tratamento pós intubação orotraqueal.
Dentre as complicações causadas pela IOT, o transtorno de deglutição é frequentemente encontrado num período superior a 48 horas de intubação (GUÉRIN et al., 2013).
É importante atentar para o quadro respiratório do paciente com Covid-19, pois a incoordenação entre a deglutição e a respiração é fator de alto risco para broncoaspiração.
A deglutição é um processo complexo de transporte de substâncias de forma segura desde a cavidade oral até o estômago. Envolve uma série de estruturas submetidas a um controle neural que pode ser afetada por alterações neurológicas e/ou mecânicas (ASHA, 1987).
As disfagias referem-se a sinais relacionados a qualquer transtorno no processo da deglutição e requerem atenção já que estão diretamente relacionadas com a desnutrição, desidratação e comprometimento na qualidade de vida do indivíduo (JOTZ, 2010; PADOVANI, MEDEIROS, ANDRADE, 2012; WERLE et al., 2014).
Turra (2013) cita que devido a disfagia, os pacientes apresentam um maior tempo de hospitalização, gerando maiores custos para o hospital e familiares. De maneira que se pode classificar como sendo um problema de ordem social, emocional, econômica e familiar.
A disfagia também contribui para a perda da funcionalidade e independência do indivíduo acometido, levando a implicações não só de ordem biológica, mas também psicológica e social.
O tratamento das disfagias é multidisciplinar, sendo essencial a presença do fonoaudiólogo na equipe multiprofissional.
Em pacientes com Covid-19, a atuação fonoaudiológica é iniciada após a melhora e estabilização clínica do paciente, quando o profissional investiga as possíveis sequelas da IOT e a possibilidade de alimentação por via oral, determinando consistência, quantidade, postura e necessidade de terapia fonoaudiológica (ALVES, 2020).
Na Fonoaudiologia, o laser usado é o de baixa potência, pois é um grande aliado em diversas áreas de atuação, sobretudo relacionadas à motricidade orofacial, à disfagia, ronco, paralisias faciais, potencialização do treino miofuncional em estética, auxiliando na readequação de posturas e funções, voz e outras patologias.
Na disfagia, a fotobiomodulação melhora o fluxo salivar, tanto em pacientes com xerostomia (falta de saliva), como na inibição da produção nos quadros onde há sialorreia (excesso de saliva).
A MMO disponibiliza do equipamento Laser Duo que conta com peça de mão com designer moderno e leve, tornando o uso em consultórios, clínicas e hospitais muito simples e rápido.
O fonoaudiólogo poderá realizar os tratamentos de diversas patologias, pois conta com ponteira curva e alongada que facilita o posicionamento da irradiação em casos de aplicação na parte interna da boca, por exemplo.
Um dos grandes diferenciais desse equipamento é a aplicação da técnica de ILIB (Irradiação Intravascular do Sangue com Laser) ou Fotobiomodulação Sistêmica Vascular que realiza a irradiação do laser vermelho ou infravermelho, para ativação celular, estimulação do sistema imunológico, geração de energia para as células de defesa, aumento da oxigenação do sangue, combate dos radicais livres, nutrição dos tecidos, função vasodilatadora, remoção toxinas e melhora no processo da homeostase do organismo. Sendo assim, gera efeito antioxidante, ação anti-inflamatória e aumento da circulação sanguínea, o que resulta na prevenção e também tratamento de diversas patologias.
Referências Bibliográficas:
ALVES, R.M. Coronavírus: Recomendações CFFa e CREFONO1. 2020. Disponível em <http://crefono1.gov.br/coronavirus-recomendacoes-cffa-e-crefono1/>. Acesso em: 01 julho 2021.
ASHA – American Speech-Language-Hearing Association. The role of the speech-language pathologist in the evaluation and treatment of dysphagia. ASHA; 1987.
BOISSIER, F., et al. Prevalence and prognosis of cor pulmonale during protective ventilation for acute respiratory distress syndrome. Intensive Care Med. 2020;39(10):1725-33.
GUÉRIN, C., et al. Pronepositioning in severe acute respiratory distress syndrome. N Engl J Med. 2013;368 (23):2159-68.
JOTZ, G.P., ANGELIS, E.C., BARROS, A.P.B. Tratado de deglutição e disfagia em adulto e criança. Revinter; 2010; 16-9.
PADOVANI, A.R., MEDEIROS, G.C., ANDRADE, C.R.F. Protocolo fonoaudiológico de introdução e transição da alimentação por via oral (PITA). In: Andrade CRF, Limongi SCO. (Org). Disfagia: prática baseada em evidências. São Paulo: Sarvier; 2012.
TURRA, G.S. Intervenção fonoaudiológica em pacientes com disfagia, pós intubados e sem morbidades neurológicas. Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas, UFRGS; 2013.
WERLE, R.W. et al. Análise da força muscular respiratória, pico de tosse reflexa e tempo de ventilação mecânica em pacientes com e sem disfagia. ASSOBRAFIR Ciência. 2014; 5(2):11-24.