Laserterapia

 

{slider Qual o papel do laser de baixa intensidade no tratamento da hipersensibilidade dentinária e como deverão ser realizadas as aplicações?}

Efeito analgésico e anti-inflamatório – 3 sessões e aguardar 30 dias.

{slider É necessária a limpeza da ponta ativa do laser de baixa intensidade? Algum método de proteção pode ser utilizado? Quais os perigos para o paciente?}

Desinfecção com álcool.

Utilizar o filme de PVC (magipack).

Laser de baixa somente proteção ocular

{slider Existem contraindicações para a utilização dos lasers de baixa intensidade?}

Não acredito que em contraindicações da Laserterapia, pois não há trabalhos científicos que apontem nenhum dano aos tecidos. Contudo, devemos observar algumas situações onde o uso da Laserterapia deva ser mais cuidados. Entre estes estão:

1. Pacientes com distúrbios da glândula tireóide: Deve-se evitar irradiar diretamente sobre a glândula;

2. Pacientes portadores de tumores malignos da cavidade oral: Deve-se evitar irradiações nas áreas ocupadas pelo tumor, pois estudos em células apontaram para estimulação do Laser do crescimento celular.

Sendo o Laser uma forma da radiação luminosa e que opera em faixas de comprimento de onda inofensivas às células, não tendo qualquer ação ionizante, o mais importante é que o profissional saiba aplicá-la nas doses adequadas em cada caso, não se esquecendo de aplicar as normas de biossegurança.

{slider Qual a eficiência do modo assistido presente em alguns equipamentos lasers de baixa intensidade disponíveis no mercado?}

Todo profissional que quer fazer uso da Laserterapia de forma eficaz e criteriosa, na busca de resultados satisfatórios junto aos seus pacientes, deve ele se munir de conhecimento sobre a radiação Laser, suas formas de aplicação e os parâmetros de irradiação. Isso só é possível através de esforços pessoais de dedicação e estudo.

A realização de bons cursos e leitura certamente o tornará mais apto a usar a Laserterapia com segurança e domínio. Se o profissional acha que pode tratar os seus pacientes seguindo protocolos determinados por fabricantes em equipamentos, certamente será mais um daqueles que compram um equipamento Laser e o mantém, após pequeno tempo de uso, na sua maleta, pois não conseguem perceber qualquer resultado satisfatório na Laserterapia. Não existem “receitas” em Laserterapia. É importante que o profissional saiba os intervalos seguros de dose e potência, e, além disso, se muna de conhecimentos de patologia, anatomia e estomatologia para que tenha critérios de uso da terapia, sabendo quais os pontos de aplicação, número de sessões e eventuais variações de dose durante o tratamento, pois essas questões que são indispensáveis para o sucesso no uso da Laserterapia não existem em nenhum MODO ASSISTIDO de qualquer que seja o equipamento de Laserterapia.

{slider É necessário que os equipamentos sejam submetidos aos ensaios de segurança?}

Certamente que todo equipamento opto-eletrônico, como os equipamentos de Laserterapia e Ledterapia, deve ser submetido aos ensaios de segurança, pois essa é a garantia de que o profissional estará usando uma máquina que além de emitir Luz seja de que natureza for, o fará de forma eficiente e estável. Não basta o equipamento emitir Laser ou LED, mas que os demais componentes que compõem o equipamento, como os dispositivos elétricos e eletrônicos, a carcaça, os diodos, as peças de mão, etc, estejam em estado mínimo de eficiência e qualidade. Os ensaios de segurança permitem atestar a qualidade do equipamento e de todos os seus componentes. Daí, a importância do profissional checar, junto ao fabricante do equipamento que possui ou que deseja adquirir, se o mesmo possui certificações quanto à segurança, como por exemplo a certificação do Inmetro.

Profº Drº Francisco de Assis Limeira Junior Limeira

{slider O tratamento de um herpes deve ser feito de acordo com a fase em que se encontra a lesão?}

As infecções orais primárias com o vírus herpes simples (HSV) ocorrem tipicamente nos primeiros anos de vida, são assintomáticas e não estão associadas com significantes índices de morbidade. Uma minoria da população desenvolve uma infecção primária sintomática caracterizada por infecção aguda com rompimento de vesículas que rapidamente colapsam para formar zonas de eritema e ulceração. A região perioral costuma ser uma das mais afetadas. Após a infecção primária o HSV pode persistir de forma latente nos gânglios trigeminais e reativações esporádicas aparecem na forma de herpes labial.

Os fatores desencadeadores de manifestação viral incluem radiação ultravioleta (exposição prolongada ao sol), estresse, traumatismos, cansaço, e período menstrual no caso de mulheres. Estatísticas feitas nos Estados Unidos acreditam que entre 15% a 45% da população americana (43 à aproximadamente 100 milhões de pessoas) sejam afetadas pelas lesões herpéticas.

A manifestação clássica é a de irritação local com posterior formação de um “cluster” de pequenas vesículas bem delimitadas demarcadas por eritema e edema na região adjacente. Subsequentemente ocorre a ruptura das vesículas, ulceração e formação de crosta. A cura espontânea ocorre em um prazo de até duas semanas. Em pacientes imuno-competentes a herpes labial não apresenta riscos de maiores complicações, porém eles sofrem com dor, edema e com o comprometimento estético derivado do quadro clínico, que gera desconforto social nos períodos de manifestação.

O tratamento convencional pode incluir o uso de agentes antivirais tópicos ou sistêmicos, que visam diminuir as manifestações clínicas. O uso de agentes sistêmicos deve ser reservado para o caso de pacientes imuno-comprometidos.

Os sintomas de cada fase seriam:
– Fase prodrômica: Coceira, queimação e ligeiro eritema, pode durar de 12 a 36 horas.
– Fase vesicular ou bolhosa: Caracterizada pelo aparecimento de vesículas com bordas avermelhadas e dor.
– Face ulcerativa: Ocorre a ruptura das vesículas e quebra do epitélio com formação de úlcera e crostas que posteriormente seguem para a cicatrização convencional.

O laser de baixa potência pode ser usado de formas específicas e com diferentes alvos em cada fase do ciclo da doença.

Na primeira fase (prodrômica) o alvo seria ativação do sistema imune do paciente de forma local para prevenir o desenvolvimento da doença ou diminuir sua intensidade. Toda a área afetada, bem como as áreas periféricas podem ser irradiadas e doses mais altas de radiação podem apresentar melhores efeitos (40mW por 2 minutos com energia de 4.8J). Os comprimentos de onda tanto no vermelho como infravermelho apresentam bons resultados. As doses mais altas devem ser mantidas dentro de certos limites para evitarmos a piora dos sintomas devido à formação excessiva, por exemplo, de radicais livres gerados pela radiação com piora do quadro clínico. Porém, dentro das doses propostas usualmente, não tem sido relatados casos de piora expressiva dos sintomas. Logo após a irradiação pode haver uma “piora no quadro clínico” porém, a mesma é representativa da aceleração no curso natural da patologia., o que significa uma diminuição do tempo de cura da doença.

Na fase vesicular ou bolhosa o objetivo é melhorar a circulação sanguínea local, a chegada de células de defesa e a melhora dos sintomas, principalmente a dor. As irradiações não devem ser feitas sobre as vesículas, pois não se observa neste caso melhora dos sintomas e o risco de contaminação nesta fase é extremamente alto.

Como o vírus não absorve radiação nestes comprimentos de onda não deve ocorrer estimulação da replicação viral, porém, a absorção local sob as vesículas é l
imitada uma vez que o tecido abaixo das mesmas encontra-se em processo degenerativo. Dois tratamentos clínicos podem ser propostos aqui: No primeiro caso rompem-se as vesículas com curetagem do conteúdo interno (muito cuidado neste procedimento, pois como dito anteriormente o risco de contaminação é extremamente alto) e após cuidadosa limpeza da área podem ser feitas irradiações locais sobre a área cruenta exposta com baixas energias (0,4J por ponto [20mW – 20s]) e na região periférica às vesículas com cerca de 3J (40mW/75s ou 75J/cm2).

Na fase ulcerativa o objetivo do tratamento é a cicatrização da lesão. Neste caso doses em torno de 1J até 4J apresentam bom efeito (20mW 50s a 40mW 100s).

Referência:
Neville BW. Herpes simplex virus. In: Oral and Maxillofacial Pathology. Philadelphia, Pa.: Saunders, 2002:213-20.
Worrall G. Herpes labialis. Clin Evid 2004;12:2312-20.
Schindl A, Neumann R. Low-intensity laser therapy is an effective treatment for recurrent herpes simplex infection. Results from a randomized double-blind placebo-controlled study. J Invest Dermatol. 1999, 113(2):221-3.
Tunér J, Hode L. The laser Therapy Handbook. Prima books, Suiça 2004.
Lizarelli RFZ. Protocolos Clínicos Odontológicos, Uso do Laser de baixa Potência, 2ed São Carlos, Brasil.

{slider Um laser de baixa intensidade poderá ocasionar danos?}

Como toda a ferramenta terapêutica o laser de baixa potência apresenta indicações apropriadas para seu uso, bem como, condições para que essa aplicação seja feita de forma segura e eficiente.

O dano mais comum que pode ser causado por um laser de baixa potência é a exposição ocular. A alta intensidade do feixe promovida pela focalização feita na retina pode gerar um dano na mesma, portanto, o uso de dispositivos de proteção ocular apropriados deve ser sempre observado durante a aplicação da terapia.

Algumas evidências apontam para a possibilidade de estimulação de células neoplásicas, portanto, para prevenir a possibilidade de risco, o profissional em hipótese alguma deve irradiar lesões de causa e origem desconhecidas ou com suspeita de malignidade.

O uso de intensidades (potências) muito altas pode levar ao risco de dano térmico, portanto, as potências utilizadas, bem como, suas respectivas intensidades, devem ser mantidas dentro dos padrões da terapia que por muitos é conhecida por terapia laser de baixa intensidade, logo o uso de potências altas em áreas muito pequenas deve ser evitado.

Em pacientes epiléticos luz pulsada de alta frequência pode desencadear ataques. Como os lasers de baixa potência utilizados são normalmente contínuos e o paciente por sua vez, deve estar protegido com o uso de dispositivo ocular apropriado esta não deve ser uma contra-indicação da terapia.

Para evitar riscos de contaminação, as regras de biosegurança devem ser mantidas com esterilização apropriada dos dispositivos utilizados, bem como, através de barreiras mecânicas que diminuam o risco de contaminação.

O uso apropriado do laser depende de um preciso diagnóstico e tratamento das patologias. Em muitas das condições clínicas em que o laser de baixa potência apresenta indicações potenciais, ele funcionaria como um coadjuvante da terapia convencional, melhorando seu resultado, levando a um maior conforto e qualidade no tratamento oferecido ao paciente. É de fundamental importância que o paciente antes de receber o tratamento, tome conhecimento de suas vantagens, desvantagens e riscos e esteja de acordo com o mesmo, expressando esta concordância formalmente através de um termo de informe-consente.

O sucesso de toda terapia depende do uso apropriado da mesma pelo profissional.

Referências:
Tunér J, Hode L. The laser Therapy Handbook. Prima books, Suiça 2004.
Lizarelli RFZ. Protocolos Clínicos Odontológicos, Uso do Laser de baixa Potência, 2ed São Carlos, Brasil.

Profª Drª Silvia Cristina Núñez

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