A pandemia do COVID-19 trouxe novos desafios aos cuidados assistenciais empreendidos nos hospitais e unidades de saúde. Devido à condição clínica frágil dos pacientes acometidos pelo COVID-19, as lesões por pressão (LPPs) tornaram-se preocupação mundial, mobilizando a atualização de protocolos e revisão de processos assistenciais. Muitos casos graves requerem internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e devido ao tempo de internação prolongada, os pacientes rapidamente desenvolvem lesão por pressão (LPPs).
As lesões por pressão é uma situação frequente em pacientes internados. As LPPS acontecem devido à pressão exercida pelo peso corporal projetado sobre as proeminências ósseas e consequentemente sobre a pele e tecidos subjacentes, o que ocasiona a interrupção da circulação e consequente morte tecidual.
Há pacientes que estão mais suscetíveis a LPPs, baixo peso corporal, obesidade, desnutrição, desidratação, perfusão, e comorbidades, são condições que aumentam os riscos.
Normalmente, aparecem em áreas de protuberância óssea, as quais, no contato entre superfícies, causam lesões.
Devido à pandemia, tornou-se perceptível uma mudança no padrão dessas lesões em pacientes com COVID-19 e com isso essas lesões por pressão surgiram em lugares diferentes dos que comumente eram vistos. Antes do COVID-19 as lesões mais comuns surgiam em áreas como isquiática, sacrococcígea, trocantérica, calcânea e maléolos. Durante a pandemia, pode-se notar as mudanças de padrão dessas lesões em pacientes com COVID-19. As LPPs passaram a ser na área frontal, devido a posição pronada do paciente (de barriga para baixo), em locais como: testa, nariz, queixo, seios e joelho.
Em pacientes com COVID-19, as lesões por pressão se desenvolvem da mesma forma, porém de maneira mais rápida e agressiva, tendo como característica atingir planos mais profundos rapidamente e com grandes extensões. Este acometimento agressivo dos tecidos tem como causa a inflamação disseminada causada pelo vírus, incluindo os vasos sanguíneos (vasculite). O acometimento dos vasos sanguíneos prejudica o suprimento de sangue para os tecidos e com a pressão exercida sobre as proeminências ósseas, o dano tecidual é acelerado.
Devido à própria gravidade da condição clínica dos pacientes com dificuldade respiratória, o uso de drogas vasoativas, dentre outros fatores, há um conjunto de condicionantes que podem interferir na incidência desses eventos. Tudo isso se torna extremamente desafiador para a equipe assistencial e, justamente por isso, é imprescindível a realização de um trabalho vigilante na prevenção de LPPs nas UTIs do hospital.
A MMO dispõe de altas tecnologias que atuam também no tratamento de diversos tipos de lesões com protocolos inovadores e diferenciados com o equipamento Recover e Laser Duo.
O uso de fotobiomodulação em lesões tem como objetivo acelerar o processo de cicatrização devido aos efeitos fotoquímicos, fotofísicos e fotobiológicos nas células e tecidos.
Diversos estudos demonstraram que a fotobiomodualção atua na aceleração do processo de reparo tecidual, com efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e de regeneração tecidual (KITCHEN, PARTRIDGE, 1991; BJORDAL et al., 2006; DAMANTE et al., 2008; FULOP et al., 2009; HENRIQUES et al., 2010;), e também apresenta resultados satisfatórios na cicatrização de feridas infectadas (SANTOS et al., 2011). Além disso, aumenta a expressão de fatores de crescimento, como TGF-b, que, por sua vez, induz deposição de matriz extracelular (ROCHA JÚNIOR et al., 2009); incrementa proliferação celular no local da lesão (ROCHA JÚNIOR et al., 2006); aumenta quantidade de vasos sanguíneos e promove cicatrização mais organizada (ROCHA et al., 2012).
O tratamento com o Recover ou com o Laser Duo é indolor e o número de sessões dependerá do estágio da lesão.
Este momento de pandemia exige cuidados especiais com a nossa saúde e com a saúde das pessoas do nosso convívio como família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Se todos nós nos cuidarmos, passaremos por este momento com tranquilidade e segurança.
Além disso, se cada pessoa agir de maneira responsável nas atividades externas que precisar realizar, conseguiremos reduzir os riscos de contaminação. Lembrando que devemos evitar aglomerações, manter a ventilação adequada nos ambientes, além de fazer uso de máscara e realizar a lavagem das mãos. Mas, o mais importante é continuarmos nos protegendo.
Se cuidem!
Referências:
AGNOL, M.A.D., NICOLAU, R.A., LIMA, C.J., MUNIN, E. Comparative analysis of coherent light action (laser) versus non-coherent light (light-emitting diode) for tissue repair in diabetic rats. Lasers in Medical Science, v.24, p.909-916, 2009.
BJORDAL J.M., COUPPÉ, C., CHOW, R.T., TUNÉR J., LJUNGGREN, E.A. A systematic review of low level laser therapy with location-specific doses for pain from chronic disorders. Australian Journal of Phisiotherapy, v.49, p.107-116, 2003.
DAMANTE, C.A., MARQUES, M.M., DE MICHELI, G. Terapia com laser em baixa intensidade na cicatrização de feridas: revisão de literatura. Revista da Faculdade de Odontologia Universidade de Passo Fundo, v.13, n.3, p.88-93, 2008.
DADPAY, M., SHARIFIAN, Z., BAYAT, M., BAYAT, M., DABBAGH, A. Effects of pulsed infra-red low level-laser irradiation on open skin wound healing of healthy and streptozotocin-induced diabetic rats by biomechanical evaluation. Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, v.111, p.1-8, 2012.
FULOP, A.M., DHIMMER, S., DELUCA, J.R., JOHANSON, D.D., LENZ, R.V., PATEL, K.B., DOURIS, P.C., ENWEMEKA, C.S. A meta-analysis of the efficacy of phototherapy in tissue repair. Photomedicine and Laser Surgery, v.27, n.5, p.695-702, 2009.
HENRIQUES, A.C., CAZAL, C., CASTRO, J.L. Ação da laserterapia no processo de proliferação e diferenciação celular: revisão da literatura. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v.37, n.4, p.295-302, 2010.
KITCHEN, S.S., PARTRIDGE, C.J. A review of low level laser therapy. Journal of Physiotherapy, v.77, n.3, p.161-168, 1991.
ROCHA JÚNIOR, A.M., OLIVEIRA, R.G., FARIAS, R.E., ANDRADE, L.C.R., AARESTRUP, F.M. Modulação da proliferação fibroblástica e da resposta inflamatória pela terapia a laser de baixa intensidade no processo de reparo tecidual. Anais Brasileiro de Dermatologia, v.81, n.2, p.150-156, 2006.
ROCHA JÚNIOR, A.M., VIEIRA, B.J., ANDRADE, L.C.F., AARESTRUP, F.M. Low level laser therapy increases transforming growth factor 2 expression and induces apoptosis of epithelial cells during the tissue repair process. Photomedicine and Laser Surgery, v.27, n.2, p.303-307, 2009.
ROCHA, C.L.J.V., ROCHA JÚNIOR, A.M., AARESTRUP, B.J., AARESTRUP, F.M. Inibição da expressão de ciclooxigenase 2 em feridas cutâneas de camundongos NOD submetidos à terapia a laser de baixa intensidade. Jornal Vascular Brasileiro, v.11, n.3, p.175-181, 2012.
Contribuição:
Professora Elissandra Moreira Zanchin
Consultora em Enfermagem na MMO
Dra. Karen Laurenti
Consultora em Fisioterapia na MMO